84
o tempo não passa e não pára
paralisia através das eras
uma tênue incerteza desesperada sobre o sentido em que se movem as coisas
este corpo como quase todos os corpos
cumpre um complicado e irrelevante itinerário entre a maternidade e o cemitério
corpos há que tão logo saem da mãe são despachados para comer grama pela raiz no revertere ad locum tuum
são os que vão direto ao ponto sem rodeios
chegam olham e concluem
a gente vem pra esta porcaria só pra morrer mesmo
então pra que enrolar
vamos logo ao que interessa
pimba
sorte deles
que não perdem tempo pensando sobre o que vão fazer
que é assim que nos tornamos dependentes disto tudo
sob o pretexto da busca vamos atrás do esquecimento e damos voltas e mais voltas até descobrir que não nos esqueceram
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home