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minhas pernas estão ficando velhas e manchadas
elas são o retrato de dorian gray de minha vida
só que não as encerro num quarto
apenas sob minhas calças
mas meu cabelo ficou branco e ralo
e se olhar bem perceberei mais umas tantas coisas que já não estão no lugar
talvez eu não precise esconder só as pernas
talvez eu precise me esconder deste corpo
ou esconder este corpo numa tumba
já faz muito tempo
mais do que posso digerir
se nada fiz até agora
nada farei até amanhã
é simples
é matemático
eu mundo vida
se disso nada resultou
nada resultará
há coisas que nunca quis
e tantas outras que nem que eu quisesse
e ainda deve haver as que nem imagino
como foi pobre como foi falto de substância viver
direi defunto
não quis melhorar nem piorar o mundo
apenas deixei-me
dormi acordado
1 Comments:
Henrique!!!
Olá, querido... eu li o seu último escrito... você tem um estilo muito fluente de escrever... e como disse, aqui você faz uma catarse deste contentamento em relação ao que tanto encanta a maioria dos mortais...
Estou lutando contra o sono... e amanhã, domingo, a gerente do Banco virá aqui... vixe, estou atrasada com o imposto de renda...
Beijos, soube do furacão que teve aqui? Juro que assustou... mas a enorme árvore ao lado da casa não caiu.
Verinha Rath.
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