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eta mundinho besta
monte de gente à toa
não aceitamos a brincadeira toda
e tampouco queremos largar o brinquedo
por que tem que ser assim
a voz roufenha sempre ali sinistra em regozijo repetindo repetindo repetindo
um dia vai acabar
um dia vai acabar
e eu não terei vivido mais que uma vida
não terei sido mais do que eu
porra sacanagem
por que tanta imaginação e tão pouca realização
isso não está certo
e além de tudo já estou morrendo
e quando morrer de vez tanta coisa vai ficar aqui
deixando de ser eu
juntar os trapos de um morto
dar-lhes nova vida
porque morto cheira a armário
na melhor das hipóteses
morto não tem importância
ainda mais um morto assim como eu
que nunca foi muito vivo
minha nossa dêem-me um unzinho só subterfúgio
para eu voltar à eterna embromação
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