76
sempre o tempo
sempre o tempo
querendo me atropelar
um dia ele vai conseguir
enquanto isso não acontece sigo correndo em vão
vencendo a disputa que estou fadado a perder
ele prevalecerá
sempre presente
contado e odiado
o que não o comove nem um pouco
ele não é ninguém
nem nada
só a evolução de um contínuo até prova em contrário sem começo nem fim
senta e chora zé mané
o tempo não desfila na avenida
mas dita quanto vai durar o desfile
e quando virá o fim
mais certo que o começo
lá vai o tempo
eterno devir
a inconcretude do agora
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home