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o invisível silêncio atravessa as paredes
é dia
há sol
e gente e máquinas
não é o silêncio perfeito
é o silêncio possível
similitude quase nenhuma
no meu silêncio a única coisa em silêncio é a paz
alguns prédios desabaram outros se erguem
então quem desaba é o horizonte
toneladas de sonhos
o desejo de ver
só eu sobro
metade de mim
não sei onde foi parar o mundo
e os tristes frutos do que no mundo plantamos
agora nem desgraças me atingem
inexisto parcialmente
não passo de fração de cabeça de alfinete dentro desta mente
queria falar sem mentir
sem rimar
e sem aliterar imbecilmente
mas não tem jeito
por mais que eu queira não deixo de ser eu
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