22.4.08

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o invisível silêncio atravessa as paredes

é dia

há sol

e gente e máquinas

não é o silêncio perfeito

é o silêncio possível

similitude quase nenhuma

no meu silêncio a única coisa em silêncio é a paz

alguns prédios desabaram outros se erguem

então quem desaba é o horizonte

toneladas de sonhos

o desejo de ver

só eu sobro

metade de mim

não sei onde foi parar o mundo

e os tristes frutos do que no mundo plantamos

agora nem desgraças me atingem

inexisto parcialmente

não passo de fração de cabeça de alfinete dentro desta mente

queria falar sem mentir

sem rimar

e sem aliterar imbecilmente

mas não tem jeito

por mais que eu queira não deixo de ser eu