20.4.08

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não tenho paixão

estou a um passo da perdição infinita

velho caminho

nada de bom pode acontecer

o que já seria bom

mas algo há de mau

o mal

a mórbida figura

que sempre inesperada

como se fosse ninguém

uma hora isto vai sair dos eixos

a fera

e seus olhos

e seu hálito

e seu sonoro ofegar

na madrugado o travesseiro todo suado

e o sabor

nossa por que me lembro disto

isto não é lembrança

isto é agora

exatamente já

ninguém precisa me dizer o que fazer

não estou disposto

meu desejo é tão simples

e desconhecido