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o mundo dá voltas
nunca se está em cima nem embaixo
só se gira
pensa-se e não se entende
aonde esta roda gigantesca vai chegar
assim sem querer
gira-se e pronto
a máquina não sabe parar
e nós não sabemos como dela sair
é o velho e alucinante redemoinho
que não pensa
redemoinhos não são para pensar
nem para curar náuseas
nuvens no alto e lama embaixo
é assim
e quando pára a vida
talvez uma roda tombe em algum lugar
porém nada em nada se altera
o giro do mundo
que vai pelo infinito adentro ou afora
até o fim
cuja tristeza ou alegria
tem origem no inesperado
de súbito
sem dor e sem anestesia
como se imensa mão
jogasse-nos nos contextos
mais distantes de nós
para anular nossa busca
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