15.4.08

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o mundo dá voltas

nunca se está em cima nem embaixo

só se gira

pensa-se e não se entende

aonde esta roda gigantesca vai chegar

assim sem querer

gira-se e pronto

a máquina não sabe parar

e nós não sabemos como dela sair

é o velho e alucinante redemoinho

que não pensa

redemoinhos não são para pensar

nem para curar náuseas

nuvens no alto e lama embaixo

é assim

e quando pára a vida

talvez uma roda tombe em algum lugar

porém nada em nada se altera

o giro do mundo

que vai pelo infinito adentro ou afora

até o fim

cuja tristeza ou alegria

tem origem no inesperado

de súbito

sem dor e sem anestesia

como se imensa mão

jogasse-nos nos contextos

mais distantes de nós

para anular nossa busca