13.4.08

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dias sempre de sol

mesmo que tristes

não penso em praia

como fede a maresia

e o frenesi dos turistas com suas panças cheias de bosta e suas caras ansiosas

turistas e trabalhadores

todos tão empenhados em cumprir sua principal tarefa neste mundo

decompositores do meio ambiente

e depois de tudo passado

quando tudo estiver no fim

quem poderá dizer não àquela cara de pobre coitado

que só um humano sabe fazer

todos os outros animais têm dignidade

aceitam o fim das coisas

sofrem com classe

elegância mesmo

o homem porém especializou-se na arte do esperneio

na arte de lesar tudo e todos e depois em lágrimas copiosas rogar humildemente a deus que lhe devolva tudo que ele homem botou pela janela

e se deus como sempre não responder então há o espetáculo

toda aquela cena a fim de demonstrar quanto o sofrimento o destrói

quão cruel é seu destino

o qual ele roga a deus para ser mudado