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tudo termina em cansaço
não passa de tentativas
portas encerradas
nem céu nem inferno
um dia qualquer
todos com a raiva de sempre
as ânsias triviais
sinônimos de viver
velhos medrosos sentindo-se jovens drogados por efeito dos remédios que prolongam sua decrepitude
o ser humano venerando o monstro que o espelho lhe mostra
e construindo seu futuro mediante a destruição do presente de todos
dentro dos manicômios também há uma normalidade
na guerra há uma normalidade
a paz pode não passar de um número controlável de conflitos
de uma guerra que não passe de certos limites
que não mate certas pessoas
então há paz
entretanto na dúvida liguemos os alarmes
fechemos as janelas blindadas passemos as trinta e cinco trancas na porta
do resto deus toma conta
e tudo está inquestionavelmente normal
o trabalho a virgindade e a religião são o caminho para a felicidade
siga-o
e me deixe roubar meter e blasfemar à vontade
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