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principalmente depois que o crescimento biológico acabou
minha vida tem sido um exercício de paciência
involuntário em grande medida
se não em toda ela
sentado aqui ouvindo sempre as mesmas palavras vindo de dentro
o medo deste fio tão frágil
a obscura intimidade
a inexistência de outros mundos
a criação de crenças que correspondem apenas a metade de mim
isso quando muito extensas
a destruição de meus esteios pela outra metade ou por quem seja
pois raro é que eu tenha a sorte de as metades serem apenas duas
e palavras palavras palavras e palavras
repetidas repetidas repetidas repetidas
nunca perdendo o sentido
nunca me dizendo coisa alguma
um exercício involuntário de paciência esta vida
exercício movido talvez pela mal contida covardia
esta brincadeira idiota de camundongo burro em labirinto eletrificado
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