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sou tão desinteressante tão sem nada para se ver tão sem palavras tão cheio dos ruídos mais constrangedores deste mundo
ser eu é um saco
não observo nada de curioso em mim
as coisas não se revelam para mim
ou porque nada têm a revelar
então o saco é o mundo
ou porque não sou apto a revelações
então o saco sou eu
como seja
que saco
saco sem saída
de que agora falo com certo humor
mas há dias
muitos
em que me sinto no fundo do saco
parece que ele fica mais fundo conforme o tempo passa
e lá no fundo não encontro saída alguma
parece que por onde quer que eu ande
ando dentro de uma tumba
sinto que tudo se encerrou
e coube a mim como a tantos o papel de morto-vivo
e então dói
dói nada sentir
dói sentir que tudo acaba aqui
e que permaneço
representando o desinteresse subsistente
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