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todos os dias abrir os olhos
não ter mais como dormir
e rogar em vão que o pesadelo em que desperto seja melhor que o pesadelo em que fui dormir
que exista um mundo do espelho
e que lá tudo seja como aqui
só que ao contrário
e fechar os olhos mais uma vez
sacudir a cabeça voltar a desunir as pálpebras
mas não tem jeito
esta realidade é pegajosa
eu ainda sou eu
o mundo ainda
meu sentimento por ele também
permanece nenhum
tal como eu nele
sair da cama e dizer
isto aqui deixou de ter graça há pelo menos meu total de anos de vida menos dois
desde então tudo é quase sempre monótono e nas raríssimas ocasiões em que não é monótono é assustador
mastigar a comida porque como todo animal mastigo
quem sabe o que penso ao abrir os olhos e voltar à vida que tão grato esqueci no sono
não sei como traduzir este nó na garganta
não sei se falar
3 Comments:
Simples,Direto,Contundente!
Gostei ! e gostaria de ser assim tão concisa,precisa com os fatos da vida.
Helga
Muito obrigado, amiga. Eu gostaria de agir na vida da forma como falo dela, mas o fato de ter-lhe agradado já me deixa muito feliz.
Henrique
Amigos!!!
Helga, fico feliz em te ver aqui no espacinho do Henrique!
Fiquei e estou emocionada com sua presença aqui, amiga!!! Você mais uma vez me surpreendeu... sua inteligência é algo que admiro demais em você, amiga... e também sua sensibilidade. Você pôde captar o estilo muito próprio do Henrique...
Henrique querido, estou com dor de dente... sempre quando chega a hora que eu poderia te ligar eu me sinto tão cansada... mas vai chegar o momento!
Beijos a ambos,
Verinha Rath (por que este dói, meu Deus? E por que o dentista fala pra esperar pifar? Vou usar a pasta anti-dor, espero que funcione...)
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