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de terror e de ternura se faz a vida
não sei se um dia vou me acostumar a isso
não sei se devo
acordar ora na noite ora no dia sem saber onde
e até perceber se os olhos vêem ou não vêem
trombar de frente com criaturas as mais estranhas
desejar a cada erro nunca ter cometido o erro de existir
e que nem tudo fosse a rotação nauseante deste carrossel desenfreado
se eu gostasse do jogo independentemente de ganhar ou perder vá lá
mas ninguém joga por jogar
ninguém vive por viver
não que saibamos para que estamos aqui
quem sabe para nada
tão-somente vivemos a buscar sentidos
que não nos basta um
sentidos queremos de reserva
que esta vida é uma guerra
pletora de sentidos
a fim de que nunca faltem explicações para este desatino de viver
peça do quebra-cabeça que não encaixar vai para debaixo do tapete
no mais tudo bem
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