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mais um dia para o baú da incompreensão
mais uma vez
quem sabe uma oportunidade
quem sabe uma coisa que nunca será o que pensei
mas apenas o que se apresenta diante de meus olhos
quem sabe quando chegarem as chuvas
e todos olharem menos para fora de casa
quem sabe na época delas
fiquemos todos em casa e descubramos o valor do silêncio
e esqueçamos de buscar na rua o que não encontramos em lugar nenhum
paremos de fazer aos outros o que não faríamos a nós mesmos
paremos de dormir de olhos abertos
ninguém está vivo e alerta
se estivesse não se deixaria levar por promessas que nem lhe são feitas
mais um dia para trombar em paredes no escuro
para se ferir e não ter de quem reclamar
não basta acreditar que tudo vai dar certo
a felicidade é muito rara
ninguém a deixa dando sopa na rua
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