14.8.07

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mais um dia para o baú da incompreensão

mais uma vez

quem sabe uma oportunidade

quem sabe uma coisa que nunca será o que pensei

mas apenas o que se apresenta diante de meus olhos

quem sabe quando chegarem as chuvas

e todos olharem menos para fora de casa

quem sabe na época delas

fiquemos todos em casa e descubramos o valor do silêncio

e esqueçamos de buscar na rua o que não encontramos em lugar nenhum

paremos de fazer aos outros o que não faríamos a nós mesmos

paremos de dormir de olhos abertos

ninguém está vivo e alerta

se estivesse não se deixaria levar por promessas que nem lhe são feitas

mais um dia para trombar em paredes no escuro

para se ferir e não ter de quem reclamar

não basta acreditar que tudo vai dar certo

a felicidade é muito rara

ninguém a deixa dando sopa na rua