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não gosto de ficar vendo o futuro
de ficar vendo o passado
de ficar pensando e pensando e pensando
será este o meu presente
ir e voltar sem sair do lugar
dúzias de vezes
sempre turista de mim
em busca de lembrancinhas sexo drogas passeios e comida
sempre com medo das caras estranhas que vejo na cidade desconhecida
à procura de um hotel de bom nível
mas deitando em qualquer sarjeta quando o sono vem e a realidade de meus meios se revela
sem cama sem banho sem calor sem mim
sou pária nesta cidade
resto de um ser
óbolo da criação
troquei a espera pelo desespero
depois troquei o desespero pela falta de tristeza e de alegria
nada tenho a perder
e como temo perder nada
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