20.11.08

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o sabor das coisas não muda

só se esconde

ou se disfarça

mas nunca por muito tempo

pelo menos não todos

quem sou eu para saber o que não há

um qualquer vivendo ao sabor da vida

vida lá não muito saborosa

um osso

não o mais duro

nem o menos carnoso

aquela coisa assim assim

como se diz toda manhã

ontem não foi o dia da minha morte

hoje pode ser

supondo que eu viva

medos perenes

prazeres intermitentes

não sei se a vida deve ser vivida

vivo por inércia