12.5.08

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manhã esquecimento

o frio oblitera-me a percepção

não sei por que parei de dormir

nem mesmo sei por que me deixei nascer

minha vida como a de tantos é viver diante do muro

crendo-o horizonte

como todos

e lá um dia ser devorado

esquecimento

a condição dos imbecis em paz

deus na parede

manufaturado

morto qual múmia

de todo modo deus é um tormento

a falta de paz escrita em tudo

somos eu e a loucura

e minha cabeça querendo ser arrancada

triste não é bem a palavra

nem possesso

nem devastado

afinal olhem para este rosto

o mais improvável

o que me coube