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nada como o frio desta manhã
a gente fica olhando o vento
a gente fica exposto ao vento
nem sabe o que vê
já que vento não se vê
que me importa dizer
vejo o vento
o gelo do vento
entrando-me pela carne
como se eu fosse uma pedra
como se parado eu não pensasse em movimento
uma parede ruindo
o mundo caindo
talvez isto seja a tristeza de que tanto falo
para mim sou apenas eu
falando sempre do mesmo jeito da mesma coisa nesta mesma vida
preciso de alguém para odiar
alguém deve ter-me feito isto
alguém não cuidou de mim
por que não imaginei que viver era assim
sou minha prisão
por mais que eu ande
tudo que faço é me encontrar
quanto mais eu me evite
quanto mais tudo me conduza para longe
sou tudo que encontro
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