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a cada segundo no mundo gente nasce e morre
gente fazendo de tudo ou quase tudo
gente demais
por todo lado
quase sempre sem cara
vivendo por obrigação
guardando os mais criminosos desejos
rostos desmanchados
e o mundo empenhado em pisotear-nos
assim como nós
já nem sei bem o que é mau
quando o sei é só depois que o fiz
quando vem
cortante
o arrependimento
a certeza de que nem o maior castigo
nem a maior das compaixões
o que fiz fica marcado em mim até o fim de toda eternidade
até que me arremessem talvez num imenso moedor
em que deus recicle a criação
quando cansa de seus brinquedos
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