19.1.08

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não sei por que me imponho este encargo imbecil

se não há sentido não há e pronto

por que buscar

por que criar paixões e necessidades

por que toda esta dependência

tivesse eu o poder de calar a boca

de esquecer

e de simplesmente dizer

omito-me

deus pode tudo

então que ele seja eu

sem mim

se não é para viver na cúpula

para que viver

se não posso fazer parte da máfia divina

da cosa nostra celestial

aquela turma que é puro amor

e que abre mão de tudo por seus protegidos

menos do poder de vida e de morte

uns poucos fracos em vão tentam ajudar os fracos

e o forte a todos procura sempre enfraquecer mais