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não importa com quem eu durma
sempre acordarei comigo
quem comigo acordar
acordará só
vítima de mim
faço aos outros as maldades que me acho digno de sofrer
das quais me poupo por simples covardia
odeio o mundo sem restrições
quanto a mim porém
odeio-me na medida do possível
me borro de medo da dor
mas a dor alheia não é minha
o mundo não é meu
a vida não é minha
vivo a termo final incerto e inteiramente potestativo
sabe lá até quando posso brincar
na dúvida brinco com mau gosto
procuro doer no próximo e no distante
como a iminência da morte
e o desespero do labirinto
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