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o poder é relativo
ser inseto ou inseticida
assim se determina quem senta nas cadeiras
e por mais que se reclame da desigualdade
é da boca para fora
mas repercute
pois provém da maioria que fica fora do banquete
na verdade nunca buscamos igualdade
em todos jaz recôndita a esperança de um dia segurar o cabo do chicote
queremos ser iguais ao mais poderoso de nós
isso enquanto não pudermos superá-lo
e assim muito embora quase todos nunca venhamos a sequer livrar o lombo das ardidas vergastadas
vivemos na esperança de um dia o bom deus conceder-nos a sublime incumbência de aquecer nádegas alheias com banho de chibata
pois para tanto viemos ao mundo
imagem e semelhança de nossa mais elevada criatura
que importa a desgraça de tantos em troca da ventura de poucos
é tudo ou nada mesmo
e que se exploda o mundo
não me chamo raimundo
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