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quem disse que sou obrigado a viver
alguém creio
quem não sei
a morte é o medo permanente
mera presença
mas funciona
sempre que penso
todas as vezes
corro a refugiar-me neste tênue conforto de viver
de estar vivo
sem querer
movendo-me sem supor a grande possibilidade
de apenas estar
ajeitando melhor
minha cabeça
no cepo
penso que viver
é apenas repassar
velhas lembranças
assassinas
velha vida
como morte
velho modo
velha tumba
ainda o mesmo
um defunto que não apodrece
de modo e maneira
só se deteriora
no espírito
no imaterial
o corpo permanece hígida maravilha
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