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espero tanto da vida
e sei que não me chegará nem metade
também suspeito
que o que chegar não será tão bom quanto espero
sempre aquilo
toda vez que desperto desejo voltar ao sono
e nada me apaga o bastante
nada me põe fora de mim o bastante
a ponto de me tornar outro
de me levar para fora
há os hormônios
a ditar imperativos
e o medo
que a falta e o excesso de atividade glandular causam
transformo tudo em comida em bebida em fumo em sexo em direção perigosa e também em um pouco de trabalho
mais nada
ou algo mais que simplesmente não conta
que me tomaria milênios para explicar
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