25.8.08

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espero tanto da vida

e sei que não me chegará nem metade

também suspeito

que o que chegar não será tão bom quanto espero

sempre aquilo

toda vez que desperto desejo voltar ao sono

e nada me apaga o bastante

nada me põe fora de mim o bastante

a ponto de me tornar outro

de me levar para fora

há os hormônios

a ditar imperativos

e o medo

que a falta e o excesso de atividade glandular causam

transformo tudo em comida em bebida em fumo em sexo em direção perigosa e também em um pouco de trabalho

mais nada

ou algo mais que simplesmente não conta

que me tomaria milênios para explicar