19.8.08

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não sei bem que mal-estar é este

sei porém que ele vem crescendo com o tempo

meio que aos poucos

meio que como quem nada quer

não sei por que tão lento

se viver é sentir o tempo a erodir-me

bem que podia passar como um raio

sem feridos

se viver é sofrer

qual o propósito disto

se mesmo quando tudo se tem

nada se tem

e o dia

o dia escorre entre os dedos desta mão crispada

e a terrível dor horripila-me a nuca

e ela nem é tão terrível assim

é só dor

já nem sei se posso chamar o ar que entra e sai de respiração

ofego

e parece que o coração está por uma batida

em tristezas me consumo

e esqueço que não lembro

é toda uma máquina

construída ao acaso

e servindo a um fim bem claro