19.6.08

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aqui como sempre

existindo sem ser notado

cotidianos afora

quase sempre sem sabor

enchendo uma memória de que nem tenho consciência

televisão trabalho trânsito talheres na mesa

sem palavra

viver é passar pela vida

ninguém pára aqui

por mais parado que pareça

estamos a caminho de um encontro ou de um desencontro

quem sabe

se perguntas trouxessem respostas

a vida passa

gostaria que isso me causasse alguma reação

quanto já não passou

escapou-me por entre os dedos

escorreu

com tanta calma