11.6.08

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não sou tão importante

nada depende de mim

apenas engano

e neste engano o primeiro sou eu

olho-me como se eu fosse venerável

ando como se eu fosse dono de mim

cheio de medo de que descubram o que é tão evidente

assumo ares

poso

tudo que sei é que não sei quem sou

na dúvida procuro criar a farsa mais convincente

de algo respeitável e acima de qualquer suspeita

e vivo certo de que não engano ninguém