14.6.08

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somos tão ínfimos

esquecimento

queremos a certeza contrária

queremos que nos digam que não somos o que somos

que não há loucos gananciosos sem escrúpulos governando o mundo

e que o mundo não é este hospício sem esperança

cremos possuir crenças e valores

tudo em nome deles

um monte de dor

e as velhas perguntas

por que eu meu deus por que eu

que final triste e merecido

todos dizendo que buscavam a felicidade

e a troco disso acabando com toda felicidade que vissem pelo caminho

nada tem o direito de existir se eu não existo

nada pode ser maior do que eu

e no entanto tudo ou quase tudo o é

salvo minhas vítimas