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existir é uma penitência
que aceito cada vez que deixo o ar entrar em meus pulmões
porque embora saibamos que nossa morte é somente uma questão de tempo
no fundo nutrimos a esperança de que
se ficarmos aqui uma eternidade
um dia as portas do céu se abrirão
ninguém aceita pacífico o fato ou a possibilidade de que depois daqui nada
nosso deus é isto
a preservação de uma individualidade que nem é tão interessante assim
apenas supomos nossa
motivo suficiente
não temos espírito coletivo
mesmo que o tivéssemos
ele se limitaria a nossa tola espécie
que só conhece o poder destruidor
a força das ameaças violentas
e vive falando nessa porra de deus
deus pra lá deus pra cá deus isto deus aquilo
o ser humano é um porre
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