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esta liberdade tem algo de contrafação
cada gesto aprisiona
ninguém vai matá-lo por aquilo que você faz ou sustenta
mas também ninguém tem a obrigação de amá-lo ou de garantir-lhe a vida por causa disso
pode-se obrigar alguém a fazer
não a sentir
não queremos simplesmente liberdade
mas a completa inexistência de limite
a faculdade de ser ao mesmo tempo tudo
inclusive nada
e que nada nos elimine
nada nos prenda nem nos obrigue
e que tudo que nos caia aos olhos se experimente
sem esta brincadeira louca da passagem do tempo que conduz à morte
da morte vindo sem aviso e sem escolha
sem esta condição de mero personagem da fantasia alheia
fantasia de um deus que nos leva de um lado para outro segundo os caprichos de sua imaginação nem sempre muito interessante
não quero mais ser brinquedo de outro
nunca quis servir à satisfação desse deus que de mim se apropriou
e que me obriga a venerá-lo
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