10.2.09

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sei lá como me sinto
mas sempre
não sei se obrigação ou vício
é
ponto
como deve ser bom saber não sentir
parar
deixar o peso nalgum canto
não mais arrastá-lo qual tesouro inestimável
o problema é que o peso sou eu
não sei se vou continuar existindo caso o inferno acabe
se a desgraça toda sou eu
se a desgraça toda é a vida
fudeu
não há o que fazer
é quando a perplexidade
e tudo que me ocorre então
é que devo
é imperativo absolutamente necessário
que eu entre em pânico
só assim me sinto em paz
só sob tormento
a hora em que a vida acaba nem sempre é o fim
muitas vezes ele veio antes