5.2.09

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que modo estranho de viver é a vida
viver como todos
assim
na base do não sei
vai se caindo
degrau a degrau
vida
como todas
nem mais um menos
farsa miserável
glórias imbecis
não se constrói nada
apenas tenta-se cair o mais devagar possível
cansaço
tédio
insignificância
nunca se será ninguém
e há tantos que se presumem
em seus peitos não há coração
em suas barrigas não há um pingo de merda
vir ao mundo para isto
viver por tantas vezes é esmagador
esquecer é uma benesse
deus me deu esta memória
sei lá quem é deus
só sei que não gosto dele
melhor esquecê-lo
deus não me deixa
sua força é muito grande
sua covardia maior ainda