16.12.08

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como qualquer dia

de quase todos os outros nada tenho a dizer

mas a folha de papel

inspiração

tudo que não tenho

como se pedaços

de algo

que um dia fui

buscassem novamente

unir-se

sem saber onde encontrar-se

uma busca

que faço por vício

a busca sem relevância

ninguém melhora nem piora

se nem todos são assim

então nem todos somos iguais

estou para morrer

é questão de milênios

aqui

sentado

conversando

com a velha

parede branca

dura ao tato

duradoura

deve estar aqui desde antes de este maldito ser nascer

tudo começa e termina lá

naquela longa extensão de branquidão