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como qualquer dia
de quase todos os outros nada tenho a dizer
mas a folha de papel
inspiração
tudo que não tenho
como se pedaços
de algo
que um dia fui
buscassem novamente
unir-se
sem saber onde encontrar-se
uma busca
que faço por vício
a busca sem relevância
ninguém melhora nem piora
se nem todos são assim
então nem todos somos iguais
estou para morrer
é questão de milênios
aqui
sentado
conversando
com a velha
parede branca
dura ao tato
duradoura
deve estar aqui desde antes de este maldito ser nascer
tudo começa e termina lá
naquela longa extensão de branquidão
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