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há tantas coisas banais que não sei fazer
uma das mais tolas dentre elas é ficar calado
eis um vício cuja inexistência me é impossível supor
eu em silêncio
podendo perceber o mundo à minha volta
livre de mim enfim
sem esta voz irritante
sem o permanente discurso
se houvesse silêncio
talvez eu até soubesse se existo ou não
se há paz ou não
se vale a pena crer em deus ou não
mas é tudo este monte de falatório
este monte de ruído que cega ensurdece entorpece aliena
minha mente pesa toneladas
é chata
feia
e burra
abarrotada de conceitos
seu pensamento é um caminho repleto de tropeços
suas conclusões são cansativas
e sempre desaguam na tristeza
porque tudo fica assim
estático
duro
distorcido
numa mente como a minha
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