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e se minhas últimas palavras para você forem aquelas de desdém que proferi há pouco
o mundo é amargo
o mundo é cinzento
o mundo é uma vagarosa e infinita morte
onde nunca se sabe felicidade
onde sempre há uma vala
um irresistível convite à queda
sob a égide do altíssimo
todos se degradam se humilham se mutilam
este é um daqueles quadros fantásticos em que se é meio humano meio bicho
em que se vêem gaiolas com gente penduradas nos postes
corpos esquartejados animais inconcebíveis
tudo aqui
tudo bem diante destes meus olhos
e dominando tudo os homens
inteiramente homens
indício algum de aberração
apenas homens torturando humilhando matando explorando
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