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o que há de belo em mim decerto fugiu para algum lugar bem dentro
tanto que nem sei onde
que nem sei se sou eu
o que há de belo em mim não quis se tornar humano
não quis se macular e se render
refugiou-se bem longe
tornou-se talvez inexistente
para não se tornar eu
nem nenhum de vocês
não sei se há terror maior que aquele sentido por aquilo que não sou ao ver a mim e a meus pares
a morte é um prêmio
se a morte é o fim do homem
o homem é uma vergonha
sem possibilidade de retratação
o homem é algo como um fim de mundo
repetido todos os dias
bilhões de vezes
como dizia minha avó
ser humano bom é ser humano morto
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