5.9.08

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meu mal deve ser de uma obviedade pleonástica para quem me observa

para quem não é eu

pois para mim não passo de um labirinto

que me leva sem me furtar ao desencontro

é a vida

viver vendo o que não acontece

tudo é sem pé nem cabeça

e se desmancha ao ser tocado

ou nos esmaga ao ser rejeitado

e nem posso me queixar

a mão de deus é pesada descomunal e dura

assim penso quando falam da bondade do baixíssimo

tudo que vejo é ameaça

tudo que espero é que ela se concretize

onde eu estava mesmo

a vida ficou parada em algum lugar

não o tempo

nada se movimenta

exceto tudo passando

diante desta aparente indiferença