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meu mal deve ser de uma obviedade pleonástica para quem me observa
para quem não é eu
pois para mim não passo de um labirinto
que me leva sem me furtar ao desencontro
é a vida
viver vendo o que não acontece
tudo é sem pé nem cabeça
e se desmancha ao ser tocado
ou nos esmaga ao ser rejeitado
e nem posso me queixar
a mão de deus é pesada descomunal e dura
assim penso quando falam da bondade do baixíssimo
tudo que vejo é ameaça
tudo que espero é que ela se concretize
onde eu estava mesmo
a vida ficou parada em algum lugar
não o tempo
nada se movimenta
exceto tudo passando
diante desta aparente indiferença
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