10.8.08

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viver assim

como louco entre loucos

nada tem de especial

é assim viver

ou tedioso ou apavorante

escolher entre horror e dor

quando há escolha

viver com a consciência

gravada fundo

de que não há como ser feliz

sem antes aceitar que o gelo a percorrer-nos a nuca

é parte da vida

algo conhecido

que evitamos como uma lepra

aquilo que não se cala

só porque disso não há silêncio incabível

não há o que calar por não haver o que falar

ainda que houvesse

somos geneticamente medrosos

aceitamos viver encurralados no canto de tudo

sendo fração cada vez menor

de nada