8.3.08

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de vez em quando alguma coisa muda

não sei o quê

vez por outra há um ligeiro pânico

nada que chegue a assustar

ninguém entende como possa ser

nem eu

só sei que é

nem sei muito bem onde é o que percebo

vezes há em que parece fora

vezes em que ainda mais fora

mesmo quando encosto a cena no olho

ela me parece distante

mesmo quando estou nela

encontro-me a milhares de quilômetros daqui

e para dizer a verdade um tanto de saco cheio disto

louco para virar uma subpartícula subatômica

se a absoluta inexistência for mesmo de todo impossível

se este for mesmo um mundo de utopias do possível

um mundo só de possibilidades

não sei por que quis viver aqui

ou por que ainda