18.12.07

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as palavras muitas vezes se escondem por trás de um grande muro

oculto

e lá o idiota

a pensar que é tudo um mundo só

e que tudo está a seu alcance

simplesmente por não saber distinguir aberto de fechado

simplesmente por ser cego

tão cego que nem sabe que é cego

nem sabe o que é bonito e o que é feio

nem lembra que também se pode não ver de olhos bem abertos

e lá está o muro

entre as palavras e mim

descoberto pelo tato

quando nele dei com a cara

mas aos olhos o que se me mostrava

era uma linda vista

ampla paisagem

em busca da qual parti correndo

até que a sensação tátil

desmentiu meus olhos

caí sentado diante da parede

inflexível

irretratável

sentado fiquei a pedir esmolas

tendo minha desgraça por arrimo

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

meu camaradinha, salve, salve, paz e bem.
já dei jeito de dividir os versos teus com mais gente, lincando tua caxanga na minha.
evoé, evoé, baita abraço meu.

19/12/07 09:34  

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