14.11.07

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sinto-me em dívida

como se eu me pudesse poupar da morte

como se a morte o pudesse

desde que eu me dobrasse a sua vontade

sempre será cedo

sempre extemporâneo

tudo vai mudar um dia

mas enquanto tudo não muda

vivo a ilusão de que tudo é imutável

de que sou a única coisa imóvel neste universo

um dia terei que liberar a vaga para o próximo

e ninguém me pedirá licença

serei despejado de mim

tão simples