8.11.07

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amar odiando morrer nascendo olhar não vendo pensar sentindo respirar asfixiando

viver

sempre ter ciência do oposto e de tudo

sempre lembrando que podemos não ser o que pensamos

que podemos ser tudo e que mesmo assim a cada momento somos um só e nada mais

além da existência do presumido contrário sempre a meu lado

contrário somente porque não parece ser eu

contrário somente porque a vida deve ser administrada esquizofrenicamente

a permanentemente obsessiva mente demente ininterruptamente brincando de ser violenta

só por achar que não há nenhuma atividade mais meritória na vida

a permanência neste espaço tão aberto causa-me uma sensação de emparedamento

o ovo a galinha o infinito entre dois pontos

a dependência que tenho desta maldita razão

que me sufoca e me faz respirar

mas nunca deixa a porta aberta