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amar odiando morrer nascendo olhar não vendo pensar sentindo respirar asfixiando
viver
sempre ter ciência do oposto e de tudo
sempre lembrando que podemos não ser o que pensamos
que podemos ser tudo e que mesmo assim a cada momento somos um só e nada mais
além da existência do presumido contrário sempre a meu lado
contrário somente porque não parece ser eu
contrário somente porque a vida deve ser administrada esquizofrenicamente
a permanentemente obsessiva mente demente ininterruptamente brincando de ser violenta
só por achar que não há nenhuma atividade mais meritória na vida
a permanência neste espaço tão aberto causa-me uma sensação de emparedamento
o ovo a galinha o infinito entre dois pontos
a dependência que tenho desta maldita razão
que me sufoca e me faz respirar
mas nunca deixa a porta aberta
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