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para tanto não há palavra
não há o que sentir
nem como olhar
para tantas coisas não há prazer nem dor
o que já é bem difícil de agradar
ficar tão-somente
como perfeito imbecil
olhos postos no nada
e nada
rigorosamente
só aquilo
incessante indagar
e agora
que devo sentir agora
o que se deveria sentir agora por favor alguém me diga
e resposta há
claro
aí dentro de você
mas de igual modo há medo
de que saibam
de que descubram
de que conheçam
de que digam
apontando na rua
é ele é ele é ele
ele o quê
sei lá porra só sei que ele diz ter vida interior
meu deus quem diria
pois é
ei-lo convertido na figura pública que você nunca quis ser
sem dinheiro e sem respeito
apenas notório e risível
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