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quanto mais quero desfazer os nós mais a linha se enreda
mais vidas se prendem à trama
nada tenho além desta escravidão
a vontade há muito se foi
o tempo me consome
e eu com minha lucidez mesquinha
percebo que sou roído
que a morte
como uma ratazana faminta
cava seu ninho em minhas entranhas
a morte
que desde minha mais tenra infância adorna minhas fantasias
tudo que tenho é esta suposta capacidade de simular pensamentos profundos
que tão bem ludibria os rasos
se ao menos eu soubesse olhar de frente para os fatos
mas ainda estou brincando
ainda sou o menino perverso e desmiolado sob a carcaça velha e gasta
que não crê no bem
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