5.7.09

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vivemos de olhos grudados na máquina de lavagem cerebral
tudo que podemos fazer é desligá-la
e pasmar diante da aflitiva falta de imagem
quem tem dinheiro fala o que quer como quer quantas vezes quer
os duros podem calar-se
ou abrir a boca somente quando chamados
ninguém nunca os chama
ou chama-os na hora errada
chama-os e sua falta de hábito deixa-os basbaques diante da exuberância do poder
algum dia talvez me ponham na tribuna
o que não quero
pois sei que no meu momento
falharei
pois sei que falar não me faz feliz
não sei se o silêncio total
bem que eu gostaria
parece que ainda há um pouco de vida em mim
preciso acabar logo com ela
este teatro de terrores