31.3.09

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como é pouco viver
fato que não se apaga da mente
mesquinho apequenado
que se alastra
torna-se dono de nós
impõe-se à nossa vontade
como as drogas
o prazer de viver não paga o sacrifício
no entanto é buscado com tamanha gana
parece doença
que não mata
obriga à vida à existência
cega
deixa-nos com a visão de maravilhas
e com vivências do mais profundo dos infernos
as humilhações
que sofremos e que infligimos
esta coisa de não saber e não poder e mesmo assim fazer
por pura ignorância
por pura inépcia
tropeços tombos mutilações
e ainda vem o bocó ganancioso com a conversa de que somos benquistos
é demais
mas ainda assim engulo