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pergunto-me quando haverá um caminho
ou se sempre será esta série de tropeços
opaco como só eu sei ser
sempre de canto
tudo só passando
eu me repetindo
metendo a testa na parede
nada em mim brilha
salvo minha falta de brilho
como nada em mim é forte
salvo minha falta de força
e meu complexo de inferioridade
e a velha incontornável sei lá o quê
que me põe assim
meio morto meio aborto
sem saber jogo fora a leveza de viver
presumo
nunca me senti leve na vida
só sempre assim
querofóbico
nada me parece menor que eu
tudo passa
surge de um lado do horizonte
atravessa meu campo de visão
e some
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