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sinto-me emparedado
enterrado vivo
não sei pra que memória
nem consciência
senão para guardar e valorar lembranças da impotência
das coisas acontecendo contra minha vontade
da sensação de responsabilidade
tudo se torna baço e vago
exceto o sabor de sangue
só não sou um monstro uma aberração
porque a psique não tem cara
e também porque não sou tão diferente assim de meus semelhantes
talvez um pouco pior que a média
mas não diferente a ponto de não ter semelhantes
emparedado em mim e por mim
prisioneiro de um delírio alheio
parte de um sonho que não sonho
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