8.7.08

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sinto-me emparedado

enterrado vivo

não sei pra que memória

nem consciência

senão para guardar e valorar lembranças da impotência

das coisas acontecendo contra minha vontade

da sensação de responsabilidade

tudo se torna baço e vago

exceto o sabor de sangue

só não sou um monstro uma aberração

porque a psique não tem cara

e também porque não sou tão diferente assim de meus semelhantes

talvez um pouco pior que a média

mas não diferente a ponto de não ter semelhantes

emparedado em mim e por mim

prisioneiro de um delírio alheio

parte de um sonho que não sonho