5.7.08

612

deus a víbora peçonhenta

continua sua obra

espalha mal tristeza e dor por todo lado

nada nada no mundo supera esta sensação de abandono

nada nos livra deste cárcere chamado existência

tudo mediante um esforço bem pequeno nosso torna-se normal

basta deixar o tempo passar

basta deixar a vida corroer-nos

não é preciso muito

deixar o tempo agir

passar sobre nós

sobre nossas costas

no fim a dor se torna gostosa

no fim apenas somos mais algumas marionetes no teatrinho sádico do supremo