25.11.07

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viver como gente

como os animais meus semelhantes

este comportamento

casa carro trabalho

viver dentro da normalidade

não se deve ferir a sensibilidade da horda

que tanto vive a pensar em como ser normal

e a cada instante a normalidade se torna mais estreita

ser normal dá cada vez mais trabalho

é cada vez mais bobo

quem sabe eu já esteja nas bordas do conceito

ou já as tenha transposto

quem sabe o que vai ser de mim

ninguém

quem sabe não diz

melhor mesmo morrer logo

ser uma boca a menos

o mundo está pondo gente pelo ladrão

e a coisa está difícil de segurar

não há normalidade que comporte tantos normais